
“Guerra” chega ao dieselNa semana passada, baixa sobre os preços atingia apenas o álcool e a gasolina. Promoção se alastra pelos postos
Adia Borges/DC
Posto Free, no trevo do Tijucal, tinha os menores preços ao álcool e dieselADMAR PORTUGALDa ReportagemA “guerra de preços” no segmento de combustíveis atinge desta vez o óleo diesel. O produto, sempre à margem das temporadas de promoções, ficou mais barato na bomba esta semana. O litro encontrado até então por cerca de R$ 2,34 e com preço médio estadual em R$ 2,36 caiu para até R$ 2,17, uma economia de 8,05% em comparação aos valores que vigoravam até o início da semana. Em geral, o recuo para o diesel estabelece preço na casa de R$ 2,20 – com suas variações -, mas pode ser encontrado ainda por até R$ 2,39 em Cuiabá, por exemplo. A disputa pelo consumidor, que segundo os proprietários dos postos e funcionários é o que justifica a deflação dos produtos, fez cair mais o preço final do hidratado e da gasolina nos últimos dias. A temporada de baixas reiniciada há quase dez dias, havia num primeiro momento, proporcionou a queda de 9,15% ao hidratado e de 6,54% à gasolina. Com o acirramento do mercado, as reduções foram ampliadas: álcool hidratado, gasolina e óleo diesel encerram a semana 11,61%, 10,46% e 8,05% mais baratos, respectivamente. No caso específico do diesel, como mostra a última pesquisa de preços realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro deixa de ser o terceiro mais caro do País – considerando o preço médio estadual de R$ 2,36, que estava estabilizado há quatro semanas – para ser o 6°, levando em consideração o atual ajuste de preços nos postos de Cuiabá e Várzea Grande. O litro mais caro está em Roraima, a R$ 2,49, seguido do Acre, R$ 2,46. Entretanto, a baixa local ainda deixa o diesel cuiabano, por exemplo, muito acima da média nacional, que é de R$ 2,10. O gerente do Posto Ribeirinho, localizado na Avenida Beira-Rio, Odílio José dos Santos, disse que não adianta ficar assistindo de braços cruzados ao concorrente vender o combustível mais barato. “Baixou lá, temos de baixar aqui, e tem ponto que está até mais barato que o nosso”, salientou. De acordo com ele, a baixa no preço dos combustíveis é provocada pela livre concorrência e quem não aceitar diminuir sua margem de lucro vai ficar ‘empachado’ com seus produtos. “Se não baixar o preço, você não vende. Então é melhor diminuir o lucro, que já é pouco, do que fechar o posto”, argumenta. A famosa “guerra dos preços” no segmento, velha conhecida dos cuiabanos, começa sem aviso prévio, tem duração incerta e pode acabar a qualquer momento. O Diário percorreu toda extensão da Avenida Beira-Rio ontem e o preço da gasolina era um só: R$ 2,49. Já na área central os preços variavam de R$ 2,58, R$ 2,62 e até a R$ 2,69. O álcool também era encontrado por R$ 1,37 na Beira-Rio e no Centro variava de R$ 1,38 até R$ 1,41. “Trabalhamos de olho nos concorrentes. Baixaram lá, baixamos aqui também”, disse o gerente do Autoposto Amarelinho, na esquina da Joaquim Murtinho com a Senador Metelo, no Porto, Natanael Marques da Silva. “É a briga entre os donos de postos que faz o preço dos combustíveis abaixarem e quem ganha é o consumidor final”, acentua. O gerente do Posto XV, na avenida XV de Novembro, no Porto, Edson dos Santos, lembra que o preço repassado pelas distribuidoras continua o mesmo e que a baixa é provocada por iniciativa dos proprietários. “Acredito que é devido ao momento e não sei precisar até quando serão mantidos esses preços. As promoções servem para fazer dinheiro”. Sem saber até quando vai durar a nova temporada, o gerente aconselha: “O consumidor que tiver condições tem de aproveitar o momento e encher o tanque. Essa baixa pode terminar hoje como também ser estendida durante todo o final de semana. Não tenho a informação exata”. FEVEREIRO - Em relação ao álcool hidratado e à gasolina as baixas nos valores de bomba foram feitas gradualmente até chegar aos mais baratos encontrados ontem pelo Diário: R$ 1,37 ao álcool e R$ 2,48 para gasolina. A redução dos preços é na maioria das vezes iniciada pelas redes independentes de combustíveis, as chamadas ‘bandeira branca’ – empresas livres para comprar produto de qualquer distribuidora.