sábado, 7 de agosto de 2010

Você ainda não tem uma maquina de café expresso?


''Tenho observado um crescente interesse por máquinas de espresso, mas em todos os lugares. Isso não é um modismo, é uma tendência que veio para ficar. Primeiro porque esse método de preparação é muito superior a qualquer outro; segundo porque é um jeito diferente de encarar a dose diária de cafeína, uma questão de estilo e prazer. Quem adquire esse hábito, dificilmente irá deixá-lo e ainda corre o risco de virar um aficionado. Quando isso acontece surge uma vontade – insistente e persistente – de ter uma máquina de espresso. Nesse ponto começam a aparecer algumas dúvidas – que pretendo ajudar a esclarecer neste artigo e nos próximos posts. Qual máquina comprar? Qual sistema é melhor? Antes, porém, quero relatar a minha experiência.


Espresso é uma invenção italiana que ganhou popularidade no período pós-guerra. Como todos sabem, a Itália viveu um boom econômico nessa época de prosperidade. Assim nasceu o “estilo italiano”, com sua indústria da moda, dos carros esportivos e também do café espresso (ah, antes que algum leitor venha dar um puxão de orelha quanto a grafia com “s” recomendo a leitura do artigo Cafe Espresso em casa). Nunca vou esquecer da primeira vez que entrei em uma loja de máquinas de espresso, foi na minúscula Siena, estava abarrotada de máquinas de todos os tipos. Naquele momento, ainda como um neófito, fiquei surpreso com a diversidade de produtos para fazer uma coisa tão simples, porém logo percebi que tudo era uma questão de estilo.



Máquinas domésticas de espresso são essencialmente muito parecidas, mesmo assim podem ser facilmente classificadas pelo grau de envolvimento humano na sua operação. Inovações como as cápsulas da Nespresso, ou ainda os saches, visam minimizar a intervenção humana na extração do espresso. Todo o processo é rápido, limpo e não requer nenhum conhecimento, mas como nada é perfeito, o espresso deixa a desejar em intensidade e aroma. Outro tipo de máquina bem interessante é a Super Automática, um equipamento tudo em um; você coloca a água em um compartimento, os grãos de café em outro e basta apertar um botão para a engenhoca tirar o espresso. Essas máquinas são muito práticas, funcionam relativamente bem, mesmo que não alcancem a qualidade de um espresso bem tirado numa semi-automática. O único inconveniente é que precisam de manutenção: limpeza periódica das partes internas. São mais práticas no momento de tirar o café, porém dão mais trabalho depois. As máquinas semi-automáticas com portafiltro pressurizado são curiosas, possuem uma válvula que se abre após uma certa pressão, produzindo um café cremoso sem muitas dificuldades. Porém não se engane, o creme é “fake” e o espresso deixa a desejar em concentração e intensidade. Todas as máquinas da Saeco usam portafiltro pressurizado, menos a minha (uma Via Venezia tunada). Agora com um portafiltro modificado para comercial, a máquina funciona mil vezes melhor!







Aqui é preciso abrir um parênteses, se você é um tradicionalista que gosta de fazer as coisas como devem ser feitas, esqueça a história da praticidade. Cápsulas, saches, portafiltro pressurizado e máquinas super automáticas são excelentes inovações para facilitar a vida, mas de maneira alguma substituem o jeito tradicional, que consiste no uso de máquinas semi-automáticas (ou manuais) com um bom moedor e seguindo as regras mencionadas aqui.



Todas as máquinas semi-automáticas italianas são ótimas (as suiças e espanholas também), possuem poucas diferenças técnicas e são compostas, basicamente, por uma caldeira, bomba, resistências e termostatos:



◦Bomba: É sempre de vibração – normalmente Ulka – e sua pressão não tem a menor importância;

◦Caldeiras: Podem ser em latão, aço inox ou alumínio, sendo que este último material é inferior, geralmente empregado nas máquinas mais baratas;

◦Resistências: Aquecem a água;

◦Termostatos: Controlam a temperatura da água de uma maneira bastante elementar, ligando e desligando a resistência.

◦Existem outros dispositivos, como a válvula selenóide, mas isso não tem muita importância para usuários domésticos.

Quer saber qual máquina é melhor? Sem sombra de dúvidas, aquela que empregar mais metal e estiver sendo vendida pelo menor preço. Uma boa máquina de espresso é pesada, usa muito latão, aço inox e nada de plástico. Só isso. O resto é tudo uma questão de estilo, design e funcionalidade.



Na continuação desse post falarei sobre as grandes marcas, modelos clássicos e o que recomendo comprar. Aguardem!

Fonte:
http://www.qvinho.com.br/cafes-especiais/maquina-de-cafe-espresso-casa-escritorio/