quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

PREÇO DO GNV ESPANTA CONSUMIDORES!

Preço do GNV espanta consumidores Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
Com o GNV (Gás Natural Veicular) 15,69% mais caro na Grande São Paulo, e menos utilizado pelos públicos prioritários, proprietários de postos de gasolina já pensam em desistir de vender o combustível. A demanda crescente por álcool e os veículos remanescentes movidos exclusivamente a gasolina tiram a rentabilidade do combustivel e desanimam motoristas e distribuidores. O aumento veio em janeiro, enquanto os outros combustíveis se mantiveram próximos à estabilidade. Segundo Roberto Rodrigues, diretor do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR), o GNV já não compensa mais para os postos de combustível. À época da popularização do GNV, em 2001, o custo por metro cúbico ficava em torno de R$ 0,80. Hoje, o motorista com carro adaptado não paga menos do que R$ 1,70 pelo mesmo volume do gás. A pressão boliviana é uma das principais causadoras do aumento dos preços. Para a diretoria do sindicato, trata-se de uma questão política sem personagens claros. "Tem capital nosso investido ali. De repente, o Evo Morales (presidente da Bolívia) bate o pé, nacionaliza tudo e o governo brasileiro não se movimenta", questiona. "Tem alguma pressão maior que a gente ainda não conhece". Outro elemento que ajuda a encarecer o preço do gás é o alto custo de manutenção dos postos de gasolina para manter as bombas em funcionamento. "O gasto de energia é altíssimo". Taxistas já foram os principais compradores de GNV no País. Hoje, o investimento de R$ 3.000 para instalação do kit para o gás já não compensa. Ademir de Oliveira Calli, diretor presidente da cooperativa de taxistas ABC Rádio Taxi, afirma que os motoristas já sentiram no bolso a alta do combustível. "Estamos evitando usar o GNV para abastecer e ninguém mais está instalando o kit", comenta. "No começo, com o gás a R$ 0,80, levávamos seis meses para recuperar o investimento. Agora, em menos de dois anos não conseguimos de volta o dinheiro investido no kit." Desde o fim do ano passado, a situação se agravou. "O preço do GNV sempre foi parecido com o do álcool e no fim do ano passado começou a subir. Hoje não encontramos o combustível por menos de R$ 1,70 por metro cúbico", lembra Calli. "Por enquanto, ainda rende mais, mas não compensa pelo tamanho do investimento para conversão", afirma justificando a escolha dos carros bicombustíveis para a frota. Em geral. um metro cúbico do gás é o suficiente para um trajeto de 10 quilômetros. Um litro de álcool, por sua vez chega a fazer sete quilômetros, custando R$ 1,34 por litro. Embora o GNV seja 26% mais caro que o álcool, ainda rende 42% a mais em distância percorrida por litro.